Wednesday, January 31, 2007

Parabéns ao Shubert, nasceu outra vez.
O Shubert veio nu, viva o Shubert.
Ouviu o rei dos Álamos, e o homem do realejo.

"Estranho entrei
estranho parto de novo
Maio embalou-me
com muitas flores"

Os quartos da estalagem todos ocupados
"Il me faut donc toujours et toujours continuer,
adiante meu cajado"

Friday, January 05, 2007

Como quando
há força partida
e escrevesse

"Mas agora perguntar-me-ás como te será possível destruir a consciência nua do teu próprio ser (...)
A capacidade de que falo nada mais é do que uma profunda e intensa dor espiritual (...)
Todos têm as suas mágoas, mas quem sente maior desgosto é quem está consciente de existir. Qualquer outro sofrimento, comparado com a consciência de existir, é como uma brincadeira de crianças (...)
E quem nunca conheceu esta dor, bem se pode condoer deveras, pois ainda não experimentou a dor perfeita."
A Nuvem do Não-Saber (anónimo do séc. XIV)

Perfeita?!
A Dona Tristeza é consciência de existir, e é possibilidade de destruir o ser consciente que existe.

"Uma tal dor capacita a alma para receber aquela alegria em que o homem perde totalmente a consciência do seu próprio ser"
(idem)

Ora, em que é que consciência ficamos?
A ignorância, a tristeza ao encontrar, a alegria de a perder


Como quando
há força partida
e escrevesse

perfeita a dor
como se
a força partida
tristeza
escrevesse
poetas
poemas
do amor

partidos
como se perdidos
da perfeita dor