Wednesday, December 13, 2006

Branco disperso





6 comments:

Lourenço Viana said...

É incrível como deixamos de ver a beleza intrínseca daquilo com que estamos já familiarzados. Vejo isto todos os dias e já nem vejo. Dantes, todos os dias de manhã, tinha a sorte de ver uma nesga de mar antes de entrar pelo portão da escola dentro. Agora quase nem vejo o mar...
Há sempre quem veja. Há sempre momentos em que se vê.
Hoje vim aqui.

dulcehelenaguerreiro said...

Ainda bem que vieste, pode ser que assim te lembres de olhar o mar e ver.
Além disso, é um prazer receber a tua visita.

maria said...

Pois é... às vezes distraímo-nos demais e esquecemos coisas tão importantes! Como ver o belo no habitual e o espantoso no que se pode experimentar todos os dias.
Ainda que o branco se misture todo por aí, pelo meio das outras luzes e da cor que lhe apetecer, faz sempre uma diferença enorme encontrá-lo. Alvo. Secreto e limpo. São.

J. said...

Que saudades de poder ver o mar, o ceu assim, quando me apetece. Quem cresceu virada para o mar não esquece nunca a beleza do nascer e por do sol, nem o sol a queimar, nem o vento a cortar-nos a pele. É dificil estar longe, mas sabe ainda melhor quando voltamos e sentimos que chegamos a casa.
Este é outro sitio onde é sempre bom voltar.

maria said...

Pedir mais é demais?...

:)
Límpido 2007!!

dulcehelenaguerreiro said...

Pedir? Em 2006 pedi vida.
Vivo nestes últimos meses uma terrível visão do real. O meu pai, a minha prima, morrem à dor. No dia 1 a minha prima foi mais uma vez internada. Tumor desmoide, benigno, mas que ocupa todo o espaço à volta dos órgãos, "calcifica" e pressiona. Tem 33 anos. Falei aqui nela; na morte precoce, na crueldade crueza cruciante. Disse que não são coisas que se escrevam. E tu Maria disseste qualquer coisa como o Eugénio de Andrade " Escondo-me no papel como quem se esconde para chorar"