Wednesday, November 11, 2009
"Aprendemos o modo específico de progredir em direcção à atitude crítica , ao mais antigo, de onde brota o que vem depois. Aprendemos a levantar cedo e a conhecer o curso da história. Aprendemos o que é obrigatório no caminho do primordial para o real. Aprendemos o que digerir. Aprendemos a organizar o movimento através dos contextos lógicos. Aprendemos lógica. Aprendemos o que é o organismo. O relaxamento das relações de tensão é uma consequência de tudo isso. Nada de exagerado; tensão no interior, atrás, em baixo [tensão inferior]. Calor apenas por dentro. Interioridade.
(…)
É difícil contar com o inesperado. E, no entanto, sendo o condutor em pessoa, o génio está sempre um passo à frente. Salta adiante, seja na mesma direcção ou noutra. Talvez já esteja hoje numa região que quase ninguém imagina. Pois o génio costuma ser, para o dogma, um herege. Não possui nenhum princípio além de si mesmo.
A academia silencia acerca do conceito de génio conscientemente, com um respeito discreto. Ela o guarda como um segredo que, retirado do seu estado latente, talvez fosse questionado de modo ilógico e tolo.
O que resultaria em revolução. Perplexidade gerada pelo espanto. Indignação e exílio: Fora o criador de sínteses! Fora o totalizador! Nós [os analíticos] somos contra! E então as ofensas em profusão: Romântico! Cósmico! Místico! Sim, no final seria preciso chamar um filósofo, um mágico!"
Paul Klee. Sobre a arte moderna e outros ensaios.
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