Friday, October 19, 2007

Três gavetas e o meu quintal. Uma tem sol, outra tem sal. Outra tem não faz mal já não tenho quintal.

Fiquei sem a janela do mar; já não vivo na casa da praia. Agora tenho uma varanda estreita como as varandas; um segmento de prédio à frente, e o mar lá está ao fundo. A paisagem é aguda, gostava de um angulo giro. Do outro lado uma marquise despropositada; em frente uma copa carregadinha. Hoje, por exemplo, vi os pássaros pousarem nas folhas, e foi como se lhes pegasse, tão leves.

Não é a espuma do mar, no meu quintal estendia a roupa ao sol e ao sal. E à noite, já tarde, ouvia as ondas por cima da colcha.
Tinha um jardim com estrelícias , margaridas, zinias e sécias, goivos e lírios. Muitas rosas, hera e vinha virgem. Relva e o mar a dez braças.

Agora são duas varandas [(outra tem - já não tenho a casa da marginal) A vida corre tão mal e eu rio]

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