"O espírito da dança não tem cor"
" Dançam sem música, pisando no profundo silêncio de África como numa carpete.O seu movimento é lento, precavido, não as ouviríamos ainda que dançassem entre sinos. São de sombra. De uma sombra ardente e dura, já para sempre colada ao metal recto dos seios, à força de pedra de todos os membros. Alimentam a dança com vozes internas, gastrálgicas, e o ritmo torna-se leve, de frenesi. Os calcanhares atingem o chão com pesado fulgor: impele-as uma gravitação sem sentido, um ditado irascível. Os seus corpos negros brilham de suor, como móveis molhados; as mãos erguendo-se, sacodem o som dos braceletes "
Pablo Neruda. Nasci para nascer.
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