Li muito cedo, ainda meio a dormir. Aos doze anos já tinha lido quase toda a biblioteca que tinha em casa. Colecções como os livros de bolso da Europa-América, a Dois Mundos, ou a Básica da Verbo. Outros avulsos, soltos pelas estantes. Eram muitos, para minha sorte encontrei neles centenas de palavras que não conhecia, mas que reconhecia como certas. Estranho fenómeno, este de reconhecer um nome de uma planta ou de uma estrela, de um tecido ou de uma rocha.
Cores das florestas e dos frutos das aves ou da pele encontrava-as nos nomes.
Nomes, nomes de madeiras, de utensílios, das estações em cultivo, dos panos de velas, dos cabos e correntes do mar, das terras, das pedras. Quando não os reconhecia sabia que ali escrito não tinha estado ninguém.
Se eu soubesse nomear tudo não sobrava nada, como se tivesse em mim ligações ao mínimo múltiplo raiz.
As coisas não se importam :) Falar é humano.
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