Wednesday, November 30, 2005

E os setenta anos da morte de Fernando Pessoa

A morte acompanha-nos sempre, a morte é o que a vida recusa.
A vida é muito. Cresce na morte.
A morte é a vida a transformar-se.
Assim a vejo eu.

O Fernando Pessoa, daquilo que o conheço escrito, parece ter visto exactamente o oposto - a vida é a morte a transformar-se.
"(...) Pela morte vivemos, porque só somos hoje porque morremos ontem. Pela morte esperamos, porque só podemos crer em amanhã pela confiança na morte de hoje. Pela Morte vivemos quando sonhamos, porque sonhar é negar a vida. Pela morte morremos quando vivemos, porque viver é negar a eternidade! (...)"

É tido como sabido que Pessoa escreveu com o fingimento da sinceridade.
Como viveu e morreu não vi.

2 comments:

J. said...

O que é fascinante em Fernando Pessoa são as formas como ele tentou resolver o problema dele. Visto daqui, não era assim tao complicado, mas por o ter sido para ele, ficamos nós com a sua, sem duvida indescritivel, obra.
E, se pensarmos bem, quem de nós não diz a verdade a fingir, ou finge, por vezes, para não a dizer?

RI said...

Bonitas palavras...