Não devia ter falado assim.
Tinha estado na sala dos cuidados intensivos com o meu pai, tinha discutido com a enfermeira, tinha chorado.
Quando cheguei, tinha uma namorada de um amigo, que chorava, com a sua bebé, que vomitava. Ficaram para jantar.
E também há o Zé, um dos mendigos (eu sei o nome de todos os mendigos com quem falo). Ontem o Zé também chorou, tinha consumido mas tinha dores. Queria atirar-se para debaixo do comboio, queria falar, queria que eu o ouvisse. Queria ser gente.
(Este blog está transformado num diário)
4 comments:
Se estivesse aí consigo dir-lhe-ia que se deitasse no meu colo e se aninhasse. Far-lhe-ia festinhas na cabeça. Se pudesse, abraçava-a... Assim, fica a vontade, o calor das palavras...
Obrigada, obrigada mesmo, pelo consolo, pelo calor.
a vida tem tempestades e algumas bonanças...
Acho que o "nosso" blog é das poucas coisas das quais podemos fazer o que quisermos. Há que usá-lo como melhor nos fizer sentir. E, volta e meia, passa por aqui alguem, que deixa um beijo (às vezes - como é o caso - mais do que palavras).
O fantastico deste mundo é que não se limita às palavras: há pessoas e sentimentos por tras.
E, não havendo muito para dizer, deixo um beijo com carinho.
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